Após uma semana repleta de eventos intensos, como invasões virtuais, divulgação de notícias falsas e críticas de membros do governo, o aguardado ETF (Exchange-Traded Fund, em inglês) de Bitcoin finalmente recebeu aprovação nos Estados Unidos. Na quarta-feira (10), a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) concedeu sua autorização para um conjunto de produtos, atendendo às expectativas de muitos analistas.
A expectativa é que os ETFs desempenhem um papel fundamental na popularização do Bitcoin e de outras criptomoedas, que, até recentemente, estavam associadas a atividades financeiras ilícitas e raramente eram destaque nas notícias econômicas.
A seguir, abordaremos como os ETFs de criptomoedas funcionarão, se representam uma opção vantajosa para o investidor brasileiro, e qual é o comportamento esperado para o BTC após essa aprovação histórica.
1. O que é um ETF à vista de Bitcoin?
O ETF à vista de Bitcoin, também conhecido como spot, é um instrumento que possibilita aos investidores obter exposição aos movimentos de preço do ativo sem a necessidade de negociá-lo diretamente em uma exchange de criptomoedas. Anteriormente, nos EUA, os ETFs estavam vinculados apenas aos contratos futuros da moeda digital.
2. Por que o ETF de Bitcoin é importante?
O ETF de Bitcoin é crucial, pois muitos investidores institucionais evitavam alocar recursos em Bitcoin devido à volatilidade da moeda e à falta de regulamentação no setor. Com o ETF de Bitcoin, agora um produto regulamentado, espera-se que esse público entre no mercado. Assim, grandes gestoras de ativos, como BlackRock e Fidelity, têm a oportunidade de recomendar o produto a seus clientes.
3. Quais são os efeitos esperados?
A aprovação regulatória é considerada um selo de aprovação para o Bitcoin, podendo ganhar confiança entre os investidores institucionais e deixar para trás a imagem de um ativo pouco sério. A expectativa é que, com as principais gestoras do mundo agora oferecendo exposição ao mundo dos ativos digitais por meio de produtos regulamentados, esses ETFs catalisem o crescimento da indústria e aumentem significativamente a demanda por Bitcoin.
4. Brasileiros podem investir no ETF de Bitcoin?
Sim, é possível. Os brasileiros podem investir no ETF de Bitcoin dos EUA, mas precisam ter uma conta internacional em uma corretora que liste esses ETFs. Após a abertura da conta, é necessário transferir os reais, realizar a conversão para dólar e adquirir o produto financeiro. Algumas corretoras que possibilitam esse tipo de investimento são Nomad, Avenue e Inter Global.
5. Vale a pena, considerando os ETFs de BTC no Brasil?
Provavelmente, os ETFs dos EUA serão mais caros para os brasileiros do que os disponíveis no Brasil. Isso ocorre devido à negociação em dólares, que, ao ser convertido de reais para a moeda norte-americana em corretoras internacionais, incorre em impostos como o IOF. Além disso, as corretoras geralmente aplicam taxas de serviço, variando entre 0,5% e 2%. O Brasil já possui ETFs de Bitcoin desde 2021, como o BITH11 da gestora Hashdex e o QBTC11 da gestora QR Asset, oferecendo opções locais com regime tributário mais favorável e negociação em reais, além de uma variedade maior de escolhas.
6. Em quais bolsas o ETF de Bitcoin dos EUA foi listado?
Os ETFs de Bitcoin estão listados na Nasdaq, na Bolsa de Nova York (NYSE) e na Chicago Board Options Exchange (CBOE). As negociações estão previstas para iniciar nesta quinta-feira (11).
7. Além do Bitcoin, o ETF irá replicar outras criptomoedas?
Atualmente, a SEC aprovou apenas ETFs com exposição direta ao Bitcoin. Entretanto, no final do ano passado, gestoras como BlackRock e ARK Invest solicitaram a criação de fundos de índice à vista para Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda do mundo.
8. O preço do Bitcoin vai subir?
As projeções de curto prazo tornaram-se mais negativas após a falta de reação do Bitcoin na quarta-feira, acompanhada pela alta de criptomoedas menores. Embora anteriormente houvesse expectativas de que o patamar de US$ 50 mil fosse alcançado, agora as chances maiores seriam de realização de lucros. No entanto, as expectativas mudam no longo prazo, com analistas projetando que o Bitcoin ultrapasse sua máxima histórica de US$ 69 mil até o final do ano. O Standard Chartered Bank estima um alvo de US$ 100 mil até o final do ano, representando um aumento de mais de 100% em relação ao preço atual. Em 2023, o BTC valorizou-se mais de 150%.