O Bitcoin enfrenta críticas do renomado jornal Financial Times (FT), que analisou de forma cética a recente valorização da criptomoeda. O FT compara esse aumento a um déjà vu e prevê a possibilidade de um colapso.
O jornal destaca que o Bitcoin mais que dobrou de valor em 2023, passando de US$ 15.500 em janeiro para US$ 42 mil em dezembro. Essa elevação gerou otimismo no mercado, com previsões de que a criptomoeda poderia superar os US$ 100.000 até o final de 2024 e talvez atingir US$ 750.000 até 2026.
Entretanto, o FT expressa ceticismo sobre a sustentabilidade desse crescimento, argumentando que o Bitcoin, ao contrário de outros ativos, não possui valor intrínseco e não é respaldado por qualquer entidade tangível.
O artigo destaca que, embora o ouro seja frequentemente comparado ao Bitcoin, o metal precioso é historicamente reconhecido como uma reserva de valor confiável e uma proteção em períodos de incerteza econômica.
O FT observa que a recente alta do Bitcoin parece ter sido impulsionada mais por especulação do que por fundamentos sólidos, caracterizando isso como um exemplo da “teoria do mais tolo”. Esta teoria sugere que é possível lucrar com um ativo sobrevalorizado enquanto houver alguém disposto a pagar um preço ainda mais alto por ele.
Os defensores do mercado cripto argumentam que a retomada do apetite por risco nos mercados financeiros, resolução de casos criminais no mercado e a expectativa de aprovação de ETFs de Bitcoin nos EUA indicam um mercado mais maduro e robusto.
O FT, no entanto, destaca desafios legais e regulatórios em curso para o Bitcoin, além da volatilidade intrínseca das criptomoedas. O jornal adverte que, embora possa haver ganhos a curto prazo para investidores, a valorização é inerentemente arriscada e insustentável a longo prazo. Ele conclui, sugerindo que o Bitcoin já enfrentou colapsos dramáticos no passado e que esse cenário pode se repetir: “Tudo o que é necessário para lucrar com um investimento é encontrar alguém disposto a comprar o ativo a um preço ainda mais alto. Isso continuará até que não aconteça mais. O Bitcoin já experimentou colapsos antes; certamente o fará novamente.”